Repleta de significados políticos e sociais que vão além de um desenho, a arte de rua começou a ganhar espaço nos museus, galerias e livros de arte na década de 1970. Com o passar do tempo, também passou a aparecer dentro das casas – na forma de painéis pintados diretamente na parede ou obras que proporcionam mobilidade como pôsteres, telas e esculturas.
Seguindo seus próprios estilos, os artistas criam obras que transmitem diversas mensagens – natureza, crítica social, arte abstrata, política, caos – levando suas mensagens adiante, atravessando fronteiras e quebrando barreiras.
Fizemos uma lista com 12 artistas brasileiros que criam obras urbanas provocativas e transgressoras para você conhecer. Essa lista está longe de ser abrangente, mas pode ser considerada como um ponto de partida na sua busca.
1. Alto*Contraste (A*C)

Alto*Contraste (A*C) é um projeto de arte urbana criado em 2005 por Lygia Lee e Lou Dedubiani. Desde 2018, segue tocado por Lou Dedubiani.
O universo do A*C quase sempre gira em torno de personagens carregados de ambiguidade, estranhamento e uma pitada de desajuste social, muitas vezes remetendo ao
ser humano no que tem de mais pitoresco e paradoxalmente universal. Assim é também com o Urso amarelo – seu personagem mais conhecido – talvez o arquetipo perfeito do ser humano em toda sua ambiguidade: ao mesmo tempo que nos remete a fofura dos ursinhos Teddy, nos lembra em que sua essencia, o urso é um dos animais mais selvagens e imprevisiveis do mundo. Além das ruas, a arte de A*C já esteve em diversas mostras coletivas pelo mundo, em importantes publicações de arte urbana e alguns grandes festivais , com destaque para a primeira edição do Cans Festival (2008) em Londres, onde Lou e Lee trabalharam a convite do artista Banky.
2. André Mogle

André Bracale Araujo, nascido em 1985, residente da cidade de São Paulo. Iniciou sua vida artística em 1998 e a porta de entrada foi o Graffiti. Desde então, a necessidade constante de aprimoramento fez com que a busca principal para a temática de seus trabalhos fossem suas raízes; encontrou na natureza fortes conexões com sua pintura e o modo de ver o mundo a sua volta. A estética contemporânea e ambiental marcam o estilo do artista.
3. Cadumen

Nascido em zona rural paranaense, Cláudio Carlos Mendonça, o Cadumen, sentiu o contraste da cidade grande ainda quando criança, ao se mudar para São Paulo. A antítese entre os dois lugares que pautaram sua infância foi o combustível para desenvolver seu trabalho autoral de street art, que cruza e revela os paralelos entre a natureza e o caos urbano. Com personagens ancestrais padrões indígenas, ele recria fauna e flora questionando o tempo acelerado das grandes cidades.
4. Cripta Djan

criptadjan
Foto: @marcin_sz_birmingham via https://www.instagram.com/criptadjan/
Fora a sua atuação nas ruas desde 1996, Djan tem um currículo de fazer inveja a qualquer candidato a artista ou cineasta. Em 2009 participou da exposição Né dans la rue, na fundação Cartier, em Paris, no Brasil figurou na 29ª Bienal de São Paulo, e já está escalado para participar da Bienal de Arte Contemporânea de Berlin em 2012. Desde 2006 vem se dedicando a produzir e distribuir filmes sobre pixação, já lançou quatro títulos com o nome Escrita urbana e cinco títulos com o nome 100 comédia, sendo o último, um apanhado sobre a pixação nas cinco capitais do Sul e Sudeste. Além de suas produções, também contribui para filmes sobre o assunto feitos por outros produtores, entre eles, convêm destacar a sua coautoria no documentário “Pixo”, exibido em 2009 na mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
5. Filite

Artista plástico e grafiteiro, Filite nasceu em 1991 no interior de São Paulo. Através de experimentações nas artes por influencia de seu avô, tornou o hobby como profissão e hoje se dedica inteiramente as criações artísticas. Suas obras se estendem desde grafite até esculturas.
6. Lel1n

Filho de pais nordestinos, nasceu em 1985 em Santa Vitória (MG), mas cresceu na cidade de Ribeirão Preto (SP). Desenhista autodidata, começou a fazer pixações em 1998. No ano seguinte conheceu outros grafiteiros da cidade e passou a dedicar seus finais de semana para a arte de rua. Seu trabalho transitou por diversos estilos mas se destacou com seus personagens de nariz marcante. Para olhares menos atentos, sua maneira de pintar se torna quase que uma arte abstrata. Sua obra tem equilíbrio entre natureza e urbanidade e foco na estética e combinação de cores.
7. Rocket
Nascido e criado no bairro de Guaianases – Zona Leste de São Paulo. “Fui influenciado pela cultura hip-hop dos anos 1990 e cenas do cotidiano, usando toda essa carga de informação como gatilho para desenvolver meus primeiros traços no Graffiti em 200”, comenta Rocket. Fascinado pela anatomia humana criou o seu próprio estilo de personagens que tem como características mãos e pés grandes, e geralmente aparece em tons amarelos, traços finos e respingados.
8. Subtu

Artista questionador e provocador, Subtu é um dos grafiteiros mais ativos de São Paulo e usa o seu personagem mais famoso, o macaco ” YOKO”, para tratar de temas sociais presentes na maior metrópole da América Latina.
9. Shock Maravilha

10. Teia Urbana

Oriundo do subúrbio operário ABC paulista, palco de lutas e conquistas, Felipe Pelikian se desenvolveu conectado com o berço e ponto de referência de vários movimentos sociais e de contracultura do Brasil.. Caminhou e teve trânsito livre pelos becos industriais, vielas, ruas e movimentos contemporâneos, que assim como sua técnica artística, se entrelaçam dia a dia formando uma grande rede de reflexões. Como expressar esses conceitos e vivências? em que momento as diferenças se cruzaram? qual a força desses caminhos? Felipe escolheu as linhas da vida e suas conexões abstratas para expressar sua arte.
11. Toys e Omik

A dupla de grafiteiros brasiliense compartilha o mesmo atelier e alguns painéis. Mas os desenhos autorais de cada um dialogam com o público por caminhos nada parecidos. “Minha linguagem é mais geométrica, abstrata, com textura. O Mikael faz ilustração, desenho, coisas orgânicas, lúdicas. Mas descobrimos que essa combinação funciona muito bem, gera um ineditismo interessante para a arte urbana”, observa Daniel TOYS. O objetivo principal, segundo ele, é tocar o observador. “Cada um interpreta o que vê de formas diferentes, mas temos que mexer com o espectador de alguma maneira, gerar sentimento. Esse é nosso carro-chefe”, pondera o artista.
12. Toys Daniel

Nascido em Brasília, Daniel Toys desenha desde pequeno, mas começou a grafitar aos 11. Toys cursou Publicidade e Propaganda, trabalhou em agências e viajou pela América do Sul. Versátil, ele não fica preso a só uma linguagem. “Consigo fazer mural na rua, pintar tela, desenvolver ilustração no computador. Tenho liberdade”, comemora. No exterior, Toys tem painéis na Argentina e no Chile. No Brasil, Belém, Natal, Belo Horizonte, Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília já receberam a arte urbana do brasiliense.
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com informações de Vitruvius, Freak Market .